O promotor Maurício Trevisan, que conduz o inquérito civil público sobre a Hidramix, disse que aguardará a conclusão do inquérito da Polícia Civil sobre suposto tráfico de influência por parte da empresa junto aos bombeiros para concluir a sua investigação.
A empresa é investigada pela Promotoria Cível desde dezembro de 2011, quando o MP recebeu denúncias de que bombeiros prestariam este tipo de serviço e, depois, aprovariam o próprio trabalho. Em 2012, a Hidramix instalou barras antipânico na boate Kiss. O incêndio na casa noturna trouxe à tona um possível favorecimento da empresa dentro do Corpo de Bombeiros. Em geral, empresários diziam que "se não fosse com a Hidramix, não conseguiam obter os alvarás de combate a incêndio".
Trevisan não descarta ouvir Gilceliane Freitas Dias, 36 anos, que, além de ser a atual dona da empresa, é ex-mulher do bombeiro Roberto Flavio da Silveira e Souza, ex-sócio da Hidramix. Denúncias feitas por Gilceliane, nesta quinta-feira, fizeram a Polícia Civil decidir pela reabertura do inquérito que investigou tráfico de influência e corrupção ativa por parte do servidor público. O inquérito, aberto em março do ano passado, havia sido encerrado e remetido à Justiça em janeiro deste ano sem indiciamentos.
O promotor disse que havia chegado a conclusões semelhantes à 1ª Delegacia de Polícia. Ambos teriam esbarrado na falta de provas para apontar responsabilizados. Mas, diante das novas denúncias, vai esperar.
_ Tinha chegado no mesmo ponto da Polícia Civil na minha investigação. Mas o inquérito civil público está em andamento e, com certeza, não se encerra até serem avaliadas as novas informações trazidas pelo depoimento da Gilceliane _ disse o promotor.